Halo 4
Não sei se é certo igualar experiências. Digo, das pessoas que, em 2001, tiveram a chance de jogar Halo: Combat Evolved, o primeiro de uma grande franquia responsável por modificar completamente o mundo dos jogos de tiro em primeira pessoa; e dos que vieram depois, descobrindo esse universo em expansão apenas em Halo 4, ressurgimento da franquia pelas mãos da 343 Industries. Mesmo sendo obrigado a manter certos elementos para que a série não perca sua identidade, Halo 4 sem dúvida alguma pode ser considerado como um novo ponto de partida para a série.
O manto da responsabilidade
Ao final da campanha de Halo 4, uma mensagem de agradecimento aos fãs
de Halo, por confiarem sua série tão querida às mãos de um novo estúdio
de desenvolvimento. Sai Bungie, chega junto a 343i definitivamente no
universo prinicpal de Halo, com seu quarto episódio e uma nova trilogia a
ser contada.
A história como um todo é referenciada em seus antecessores. E isso não
é um defeito. Muito corajoso da parte deles manterem a linha guia da
história sem aquelas horas de recompilações dos fatos que tantos
desenvolvedores gostam de utilizar para arrecadar mais jogadores para
sua obra. Halo 4 se preocupa apenas em contextualizar (em relação à
trilogia anterior) o tempo de hibernação de Master Chief dentro de uma
Forward Unto Down aos pedaços - quatro anos.
A quantidade de informação que somos bombardeados a seguir é violenta.
Aos curiosos que desceram de paraquedas na série agora, nomes, raças,
lugares e momentos que serão comentados durante a aventura podem
assustar, mas nada que uma breve pesquisa na internet não resolva. E
ainda, caso queira uma visão um pouco mais ampla do universo Halo sem
precisar voltar aos jogos clássicos, Halo Legends (OVA lançado no Brasil pela Warner) pode resolver parcialmente o seu problema - resolveu o meu.
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Coletivamente falando, Halo 4 é como qualquer Halo deve ser. Rápido, justo e estratégico.
Requiem, novo planeta da aventura, explora bem as possibilidades e
nuances de diferentes regiões. Campos abertos, destroços, instalações
futurísticas, florestas e até mesmo o espaço sideral é retratado. Tudo
impecavelmente detalhado, com o Xbox 360 trabalhando em sua máxima
potência. Com certeza, Halo 4 será um dos jogos mais bonitos que você
vai ver no console.
O mundo de Halo é complexo o suficiente para gerar deslizes. Um
exército alienígena teocrático, uma raça de seres superiores, o futuro
da humanidade nas mãos de pessoas de caráter duvidoso, soldados que
apenas seguem ordens, uma arma capaz de destruir galáxias, uma epidemia
sem cura. São diversos elementos que fazem desse universo um terreno
todo esburacado. E por se tratar de um primeiro capítulo de uma história
já planeja de forma a ser contada em três partes, o pé deve mesmo
manter-se atrás.
É exatamente por causa dessa exploração do desejo da Microsoft em
manter a franquia por mais duas apresentações, que não temos um real
aprofundamento dos fatos narrados nessa nova aventura. De certo que esse
texto não conterá spoilers, mas ficou a vontade de saber um pouco mais
de tudo que foi mostrado, principalmente do novo vilão da série.
A campanha principal de Halo 4 é uma das melhores elaboradas para um
jogo de tiro em primeira pessoa. Controlando Master Chief novamente,
tudo parece funcionar de forma sinérgica. Como se a mecânica de jogo FPS
desse as mãos à importância de uma história bem contada e juntos eles
funcionassem como se tivessem nascidos um para o outro. Call of Duty
pode chorar agora.
Nada é simplesmente jogado na sua cara. Nem mapas, armas ou inimigos,
tudo ali, naquela hora tem uma razão para ser. E dá para pontuar isso no
jogo inteiro, mas talvez o melhor exemplo disso seja durante o seu
reencontro com a Infinity - na floresta - quando lhe pedem para 'limpar'
a área para que os feridos possam ser carregados até a nave. Talvez não
de primeira, mas quando jogamos novamente a campanha, é possível dar
uma maior dramaticidade aos "Não temos tempo! Você tem que se apressar",
ao invés de ficar perdido (pode acontecer, vai) em algum checkpoint do
mapa. Tudo isso somado a cutscenes de embasbacar qualquer um.
Direito ou imposição?
O único e maior problema de Halo 4 não sei nem se é possível de ser
colocado na conta da 343i. Algo que começou como um extra no mundo dos
videogames vem se tornando uma constante e, às vezes, uma chateação: a
localização de idioma para nós, brasileiros. No caso de Halo 4, o jogo
veio inteiramente dublado em português, e ponto. Sem opções para a
apreciação do trabalho original dos dubladores dos personagens ou
qualquer outra. Os menus e legendas dependem da região do seu console.
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O mundo de Halo é complexo o suficiente para gerar deslizes. Um
exército teocrático, uma raça de seres superiores, o futuro da
humanidade nas mãos de pessoas de caráter duvidoso, soldados que apenas
seguem ordens, uma arma capaz de destruir galáxias, uma epidemia sem
cura.
A total falta de consideração com os jogadores que gostariam de
experimentar a aventura em seu idioma de origem é absurda. O trabalho
dos dubladores originais do game, que retornaram mais uma vez a seus
papeis e também tiveram a movimentação facial de seus rostos capturadas
para o lipsync foram completamente jogados no lixo.
O tom de "Sessão da Tarde" imposto pelos dubladores
brasileiros é um balde de água fria na seriedade da narrativa como um
todo. Sem injustiças, alguns personagens até colocam uma emoção
gratificante em seu trabalho, mas a grande maioria não se empenhou o
suficiente. Dá a impressão que os profissionais tiveram apenas o script
em mãos, sem a menor noção do que estavam fazendo.
Isso sem contar alguns erros de interpretação que passaram na tradução.
Se quiser fazer um teste, deixe a legenda em inglês e acompanhe os
diálogos com o original transcrito. A mistura entre palavras em inglês e
português não ajuda também - como o 'Mantle da Responsabilidade', por
exemplo. Nada que atrapalhe o entendimento da história, mas ainda sim,
erros.
Quando o novo e o antigo se misturam
Acho que a maior novidade na franquia, sem a menor sombra de dúvida, é o
fato de que agora é possível correr pelos mapas de Halo 4. Apertar
qualquer que seja o botão que você tenha designado e correr até seu
fôlego se exaurir. Nenhuma novidade para mim, mas conversando com amigos
fãs da franquia, a corrida era um elemento que não constava na mecânica
de jogo.
Coletivamente falando, Halo 4 é como qualquer Halo deve ser. Rápido,
justo e estratégico. Escudos impedem-no de morrer com um tiro apenas, os
diversos tipos de armas lhe dão possibilidades no campo de batalha e as
granadas continuam indispensáveis. Respawns rápidos, se assim o desejar, e sempre uma nova chance de derramar o sangue inimigo e ajudar seu time a vencer.
Não há nada de inovador no multiplayer desenvolvido pela 343
Industries, mas também não há do que reclamar. O balanceamento das
armas, o tamanho dos cenários e a quantidade de modos de jogo não fazem
feio no mercado atual dos multiplayers competitivos. Favorece um pouco
aquele jogador já batizado no mundo do azul contra vermelho, mas não
desmerece o esforço do novato (ainda bem, tamo junto).
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Halo 4 sem dúvida alguma pode ser considerado como um novo ponto de partida para a série.
Da minha experiência pessoal com o multiplayer de Halo 4 nessa fase
beta de testes, não houveram problemas graves de latência ou perda de
sinal. Uma ou outra queda, mas nada que comprometesse uma noite de
jogatina. E como tudo era novidade para mim, o meu maior troféu pessoal
foi a conquista de um jogo de 'Bola Maluca' (é, nome zoado) em
que ajudei o meu time a ficar quase 3 minutos com a sua posse. E um
outro em que atropelei um time de quatro jogadores em uma única passada
com uma Ghost (uma moto alienígena).
Além do competitivo, Halo 4 fornece a opção de partidas cooperativas,
tanto na campanha principal (na pele de vários Chiefs) quanto no Spartan Ops, uma história paralela dividida em capítulos que complementa a trama principal.
Na pele de um Spartan qualquer, você precisa cumprir os objetivos da
missão em um ambiente que também serve para o multiplayer. E claro que
com amigos é tudo mais divertido, já que a inteligência artifical no
controle dos veículos (que exigem mais de um passageiro) é pessima.
O conceito do Spartan Ops é o de ser uma mini-série capitulada dentro
de Halo 4. A cada temporada, novos episódios serão lançados, tudo
recheado com belíssimas cenas em computação gráfica. Mas existe um
pequeno probleminha em relação a essas cgs, pois parecem estar em SD e
completamente dubladas em inglês, o que destoa com o resto da campanha.
Halo 4 é um daqueles jogos que precisam ser jogados. É
um daqueles títulos que os 'istas' podem ostentar com louvor em sua
guerra particular contra os demais. Tem a capacidade de criar novos fãs
sem muito esforço e deve se transformar em uma excelente trilogia, mesmo
se não for concluída no Xbox 360.
Category: Xbox 360
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